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  • Aumento de combustíveis em julho: alta será de R$ 0,22 por litro


  • O governo anunciou em fevereiro um aumento dos tributos federais sobre gasolina e etanol. Fernando Haddad, disse em maio que a Petrobras poderia fazer uma redução nos preços dos combustíveis nos próximos meses compensando o aumento da tributação.

O Governo Federal irá aumentar, mais uma vez, os impostos federais sobre gasolina e etanol para o início de julho.

O aumento será do PIS/Cofins e corresponderá ao valor de R$ 0,22 por litro a mais nos dois combustíveis.

O aumento dos tributos ocorre após a Petrobras ter anunciado, uma redução de R$0,13 por litro no preço da gasolina para distribuidora. 

O efeito dessa queda de preço sobre a gasolina, para o consumidor final, será eliminado por conta do aumento dos tributos federais.

Esse aumento na tributação será mais alto do que a queda divulgada pela Petrobras na gasolina. Diante disso, espera que o preço do combustível fique acima do preço em vigor anterior à redução anunciada na última semana.

Na semana de 4 a 10 de junho o preço da gasolina já havia aumentado R$ 0,21 por litro, com a mudança na forma de tributação do ICMS, que passou a ser uma alíquota fixa por litro.

A equipe econômica eu já havia anunciado em fevereiro deste ano, uma subida  nos tributos de R$ 0,47por litro no caso da gasolina e R$0,02 por litro para o etanol.

No período, foi feita uma "reoneração" parcial que compensava o aumento apenas parcial dos tributos com a criação de um imposto sobre o óleo cru exportado. Esse imposto tinha a validade de quatro meses.

Ao fim do prazo, que ocorre no começo de julho, haverá um novo aumento dos tributos sobre os combustíveis gasolina e álcool.

Segundo Haddad o governo pode entrar em ação 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, indicou ainda em maio, durante audiência pública na Câmara dos Deputados, que a Petrobras pode reduzir o preço da gasolina compensando aumento dos tributos previsto para julho. 

"Com o aumento [de tributos] previsto para 1º de julho, vai ser absorvido pela queda do preço deixada para esse dia. Nós não baixamos tudo o que podíamos. Justamente esperando o 1º de julho, quando acaba o imposto de exportação e acaba o ciclo de reoneração", declarou, ele.

Com ações listadas em bolsa, a Petrobras divulgou um fato relevante no mesmo dia.

"A Petrobras não antecipa decisões de reajustes e reforça que não há nenhuma decisão tomada por seu Grupo Executivo de Mercado e Preços (GEMP) que ainda não tenha sido anunciada ao mercado", disse a empresa, em 17 de maio.

De acordo com Haddad essa queda prevista para julho, na gasolina e no álcool pela Petrobras, estaria consonância com os preços internacionais.

"A Petrobras deixou claro que obviamente vai olhar o preço internacional. Não tem como escapar disso porque ela importa. Ela pode, em uma situação mais favorável como agora em que o preço do petróleo caiu, mas que o preço do dólar caiu, combinar os dois fatores e reonerar sem impacto na bomba", afirmou Haddad.

O ministro enfatizou que o mesmo procedimento deve ser feito com o diesel que será desonerado até o fim desse ano.

"E tudo bem, como vai acontecer com o diesel no final do ano. Já deixou uma gordura para computar a reoneração", acrescentou.

A Petrobras e sua política de preços 

Petrobras anunciou no  mês de maio uma política de preços  considerando duas referências de mercado:

  • O maior valor que a distribuidora de combustíveis pode pagar antes de procurar outro fornecedor;
  • o menor valor que a Petrobras pode vender e manter seu lucro.

Especialistas supõem que essa nova política  beneficiará o consumidor final, isso porque impossibilita porque impede que variações muito drásticas no preço do dólar ou do petróleo sejam repassadas para os combustíveis.

Em maio, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, disse durante entrevista que a empresa poderá seguir orientações do governo para precificar os combustíveis.

"A Petrobras do governo anterior é uma Petrobras que combinava esse jogo, mas a Petrobras que combinava jogo acabou e ela vai fazer o que é importante para o Brasil. E se tiver que seguir a orientação do governo, seguirá se fizer sentido para ela, para o consumidor e acionista", disse Prates.