-
Aumento de combustíveis em julho: alta será de R$ 0,22 por litro
-
O governo anunciou em fevereiro um aumento dos tributos federais sobre gasolina e etanol. Fernando Haddad, disse em maio que a Petrobras poderia fazer uma redução nos preços dos combustíveis nos próximos meses compensando o aumento da tributação.
- Por Camilla Ribeiro
- 25/06/2023 18h26 - Atualizado há 1 ano
O Governo Federal irá aumentar, mais uma vez, os impostos federais sobre gasolina e etanol para o início de julho.
O aumento será do PIS/Cofins e corresponderá ao valor de R$ 0,22 por litro a mais nos dois combustíveis.
O aumento dos tributos ocorre após a Petrobras ter anunciado, uma redução de R$0,13 por litro no preço da gasolina para distribuidora.
O efeito dessa queda de preço sobre a gasolina, para o consumidor final, será eliminado por conta do aumento dos tributos federais.
Esse aumento na tributação será mais alto do que a queda divulgada pela Petrobras na gasolina. Diante disso, espera que o preço do combustível fique acima do preço em vigor anterior à redução anunciada na última semana.
Na semana de 4 a 10 de junho o preço da gasolina já havia aumentado R$ 0,21 por litro, com a mudança na forma de tributação do ICMS, que passou a ser uma alíquota fixa por litro.
A equipe econômica eu já havia anunciado em fevereiro deste ano, uma subida nos tributos de R$ 0,47por litro no caso da gasolina e R$0,02 por litro para o etanol.
No período, foi feita uma "reoneração" parcial que compensava o aumento apenas parcial dos tributos com a criação de um imposto sobre o óleo cru exportado. Esse imposto tinha a validade de quatro meses.
Ao fim do prazo, que ocorre no começo de julho, haverá um novo aumento dos tributos sobre os combustíveis gasolina e álcool.
Segundo Haddad o governo pode entrar em ação
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, indicou ainda em maio, durante audiência pública na Câmara dos Deputados, que a Petrobras pode reduzir o preço da gasolina compensando aumento dos tributos previsto para julho.
"Com o aumento [de tributos] previsto para 1º de julho, vai ser absorvido pela queda do preço deixada para esse dia. Nós não baixamos tudo o que podíamos. Justamente esperando o 1º de julho, quando acaba o imposto de exportação e acaba o ciclo de reoneração", declarou, ele.
Com ações listadas em bolsa, a Petrobras divulgou um fato relevante no mesmo dia.
"A Petrobras não antecipa decisões de reajustes e reforça que não há nenhuma decisão tomada por seu Grupo Executivo de Mercado e Preços (GEMP) que ainda não tenha sido anunciada ao mercado", disse a empresa, em 17 de maio.
De acordo com Haddad essa queda prevista para julho, na gasolina e no álcool pela Petrobras, estaria consonância com os preços internacionais.
"A Petrobras deixou claro que obviamente vai olhar o preço internacional. Não tem como escapar disso porque ela importa. Ela pode, em uma situação mais favorável como agora em que o preço do petróleo caiu, mas que o preço do dólar caiu, combinar os dois fatores e reonerar sem impacto na bomba", afirmou Haddad.
O ministro enfatizou que o mesmo procedimento deve ser feito com o diesel que será desonerado até o fim desse ano.
"E tudo bem, como vai acontecer com o diesel no final do ano. Já deixou uma gordura para computar a reoneração", acrescentou.
A Petrobras e sua política de preços
Petrobras anunciou no mês de maio uma política de preços considerando duas referências de mercado:
- O maior valor que a distribuidora de combustíveis pode pagar antes de procurar outro fornecedor;
- o menor valor que a Petrobras pode vender e manter seu lucro.
Especialistas supõem que essa nova política beneficiará o consumidor final, isso porque impossibilita porque impede que variações muito drásticas no preço do dólar ou do petróleo sejam repassadas para os combustíveis.
Em maio, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, disse durante entrevista que a empresa poderá seguir orientações do governo para precificar os combustíveis.
"A Petrobras do governo anterior é uma Petrobras que combinava esse jogo, mas a Petrobras que combinava jogo acabou e ela vai fazer o que é importante para o Brasil. E se tiver que seguir a orientação do governo, seguirá se fizer sentido para ela, para o consumidor e acionista", disse Prates.